terça-feira, 30 de agosto de 2011

Cientistas brasileiros transformam células do braço em neurônios para estudar esquizofrenia

29/08 - Num feito inédito no mundo, cientistas da UFRJ e de outras universidades brasileiras transformaram células do braço de um paciente com esquizofrenia em células-tronco e depois em neurônios. Com isso, abriram uma caminho novo e promissor para estudar a esquizofrenia, doença que afeta 1% da população mundial e para a qual não há cura.

Liderada por Stevens Rehen, do Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ, a pesquisa foi aceita para publicação pela revista "Cell Transplantation", uma das mais respeitadas da área. O grupo conseguiu identificar alterações específicas da esquizofrenia nos neurônios e, num passo ainda mais fundamental, corrigiu essas alterações, fazendo com que os neurônios funcionassem normalmente. (...)

O grupo de Rehen, do Laboratório Nacional de Células-Tronco Embrionárias da UFRJ (LaNCE-UFRJ) é pioneiro no estudo de células-tronco embrionárias e células-tronco de pluripotência induzida (iPS) no Brasil. Atualmente, sete doenças cerebrais são estudadas por métodos de reprogramação de células (Parkinson, esclerose lateral amiotrófica, atrofia muscular espinal, disautonomia familiar, síndrome de Rett, síndrome do X frágil e esquizofrenia).

Estima-se que no Brasil há mais de 1,9 milhão de pessoas com esquizofrenia, um número superior, por exemplo, ao pacientes com mal de Alzheimer (estimados em 1 milhão), Aids (630 mil) e mal de Parkinson (200 mil). Fonte: O Globo.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Cientistas dizem que há menos provas da existência da 'partícula de Deus'


WASHINGTON, EUA — Cientistas internacionais que tentam identificar o Bóson de Higgs, o maior enigma da física moderna, indicaram que a evidência da existência desta partícula elementar, também conhecida como a "partícula de Deus" e que supostamente concede massa aos objetos, está cada vez mais tênue.

"Neste momento, não vemos qualquer evidência do Bóson de Higgs na região de baixa massa na qual é provável que esteja", afirmou nesta segunda-feira o físico Howard Gordon, vice-diretor do programa de operações americano Experimento ATLAS.

O Experimento ATLAS é um dos cinco detectores de partículas (junto a ALICE, CMS, TOTEM e LHCb) no Grande Colisor de Hádrons (LHC), o novo acelerador de partículas do Conselho Europeu para a Pesquisa Nuclear (CERN) na Suíça.

Em julho, os físicos anunciaram em uma conferência europeia que um dos experimentos do LHC havia resultado em provas promissoras sobre a presença do Bóson de Higgs, num momento em que a busca para identificar esta partícula entrava na reta final, com resultados esperados para o final de 2012.

Caso exista, o Bóson de Higgs, às vezes descrito como a "partícula de Deus" porque é um mistério e, ao mesmo tempo, uma potente força da natureza, representa a última peça do Modelo Padrão da Física.

Gordon disse à AFP que os indícios de julho, que já eram pouco significativos, agora "são ainda menos significativos".

No entanto, os físicos não estão dispostos a descartar a possibilidade de que o Bóson de Higgs exista, e o acelerador de partículas ainda deve examinar uma grande quantidade de dados na frequência baixa do espectro, explicou.

"Basicamente, os dados aumentaram num fator de dois desde o relatório da reunião da Sociedade Europeia de Física, em julho, devido ao fato de o Grande Colisor de Hádrons estar produzindo grande quantidade de dados", afirmou Gordon.

"Creio que sempre foi uma possibilidade que o Bóson de Higgs não exista, mas não creio que estejamos prontos para afirmar isso neste momento".

Uma declaração que resume os dados mais recentes, difundida numa conferência em Mumbai, na Índia, indicou que os experimentos "ATLAS e CMS excluíam com uma certeza de 95% a existência de um Bóson de Higgs na maior parte da região de massa 145 a 466 GeV".

O diretor de pesquisas do CERN, Sergio Bertolucci, disse que os cientistas esperam saber mais sobre a existência dessa partícula elementar no próximo ano.

"Se o Bóson de Higgs existe, os experimentos do LHC logo o encontrarão. Se os experimentos não o encontrarem, sua ausência indicará o caminho de uma nova física", explicou Bertolucci.

O LHC, situado perto de Genebra, Suíça, foi criado para fazer a aceleração dos prótons quase na velocidade da luz e depois destruí-los em laboratórios onde os detectores registram seus agitados restos subatômicos.

O processo alcança temperaturas 100.000 vezes mais altas que as do Sol, emulando fugazmente as condições que prevaleceram nas frações de segundo depois do "Big Bang", que criou o Universo há 13,7 bilhões de anos.

"Seja qual for o veredicto final sobre o Bóson de Higgs, estamos vivendo tempos muito emocionantes para todos os envolvidos na busca de uma nova física", concluiu o porta-voz do CMS, Guido Tonelli.

O CERN e a discussão sobre a "partícula de Deus" foram recentemente tema da trama do livro "Anjos e Demônios", de Dan Brown, posteriormente levado ao cinema.

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