sábado, 24 de setembro de 2011


Partícula "mais veloz que a luz" pode ser revolução na física


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Estudiosos dizem que se velocidade for confirmada, partícula pode provar que é possível viajar no tempo

iG São Paulo 23/09/2011 17:21
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Foto: AP
Nesta foto de arquivo, técnicos do Cern verificam o experimento OPERA, que descobrius partículas mais rápidas que a luz
Cientistas de ponta disseram nesta sexta-feira (23) que a descoberta de partículas sub-atômicas que  viajam mais rápido que a velocidade da luz poderia obrigar uma ampla reavaliação das teorias sobre a composição do cosmos, caso seja independentemente confirmada.
Jeff Forshaw, professor de física de partículas na Universidade de Manchester, na Grã-Bretanha, disse à Reuters que os resultados, se confirmados, poderiam significar que é possível teoricamente "enviar informações para o passado".

Entenda o caso: Físicos europeus descobrem partículas mais rápidas que a luz
"Em outras palavras, a viagem para o passado poderia ser possível... (apesar de que) isso não significa que estaremos construindo máquinas do tempo em qualquer momento próximo."
O instituto de pesquisa CERN, localizado perto de Genebra, na Suíça, confirmou hoje (23) em uma coletiva de imprensa de mais de uma hora que medições feitas durante três anos revelaram queneutrinos injetados em um receptor em Gran Sasso, na Itália, haviam chegado em média 60 nanossegundos mais rápido do que a luz teria feito -- uma diferença minúscula que poderia, no entanto, minar a Teoria da Relatividade de Albert Einstein, de 1905.

"Afirmações extraordinárias exigem provas extraordinárias, e essa é uma afirmação extraordinária", disse o eminente cosmologista e astrofísico Martin Rees à Reuters.
"É prematuro comentar sobre isso", disse o professor Stephen Hawking, o físico mais conhecido do mundo, à Reuters. "Mais experimentos e esclarecimentos são necessários."
A professora Jenny Thomas, que trabalha com neutrinos no Fermilab, rival do CERN localizado em Chicago, nos EUA, comentou: "O impacto dessa medição, se estiver correta, seria enorme."

Veja o infográfico: Ciência real na ficção científica
O diretor de pesquisa do próprio CERN, Sergio Bertolucci, disse que se as descobertas forem confirmadas -- e ao menos dois laboratórios separados devem começar a trabalha nisso no futuro próximo -- "poderá mudar nossa visão da física".
O alto nível de cautela é normal nas ciências, onde qualquer coisa que poderia ser uma descoberta inovadora, especialmente aquelas que poderiam romper com pensamentos estabelecidos há muito tempo, é em princípio, sempre verificada e reconfirmada por outros pesquisadores.
Em comentário divulgado pela CERN, o laboratório mais avançado do mundo em pesquisa de partículas, Bertolucci enfatizou esse princípio.
"Quando uma experiência descobre um resultado aparentemente inacreditável e não consegue encontrar nenhum artefato de medição para explicar isso, é normal que se tenha maior escrutínio... é uma boa prática científica", afirmou.
As medições foram publicadas no site de pesquisas científicas http://arxiv.org/abs/1109.4897 durante a noite.
A descoberta poderá abrir as portas para intrigantes possibilidades teóricas.
"A velocidade da luz é uma velocidade cósmica limite e existe para proteger a lei de causa e efeito", disse o professor Forshaw.
"Se algo viaja mais rápido do que a velocidade cósmica limite, então se torna possível enviar informações para o passado -- em outras palavras, a viagem para o passado poderia se tornar possível. No entanto, isso não significa que estaremos construindo máquinas do tempo em algum momento próximo -- existe um grande abismo entre a viagem no tempo de um neutrino e a viagem no tempo de um ser humano.
Partícula fantasma
A equipe do CERN, que está trabalhando em um experimento denominado OPERA, injetou neutrinos -- muitas vezes chamados de partículas fantasma porque conseguem atravessar matéria, e corpos humanos, sem serem percebidos -- do CERN, na Suíça, 730 quilômetros até Gran Sasso, ao sul de Roma. A experiência não tem qualquer relação com o Grande Colisor de Hádrons (na sigla em inglês, LHC) construído no CERN para tentar reproduzir o instante da criação do Universo
Ao longo de três anos, e de 15 mil "eventos" neutrinos, um enorme detector no centro italiano, localizado profundamente debaixo de rochas montanhosas, registrou o que o porta-voz do OPERA, Antonio Ereditato, descreveu como sendo descobertas "espantosas".
Ele disse que sua equipe tinha alta confiança de que haviam realizado as medições corretamente e excluiu qualquer possibilidade de influência externa, ou artefatos, que poderiam ter afetado o resultado.
"Meu sonho agora é que outros colegas descubram que estamos certos", acrescentou.
Segundo a Teoria da Relatividade Especial de Einstein, que fundamenta a atual visão sobre o funcionamento do universo, nada pode viajar mais rápido do que a luz -- 300 mil quilômetros por segundo -- porque sua massa se tornaria impossivelmente infinita.
A teoria de Einstein foi testada milhares de vezes nos últimos 106 anos e apenas recentemente houve pequenos indícios de que o comportamento de algumas partículas elementares de matéria podem não seguir a teoria.
Esses indícios foram detectados no ano passado pelo experimento MINOS, do Fermilab, com neutrinos -- mas, diferente daqueles do OPERA -- estavam dentro da margem de erro.
Thomas, do Fermilab, que deve participar dos experimentos MINOS para confirmar as medições feitas entre CERN e Gran Sasso, disse que se estiverem certos "causaria uma reviravolta em tudo o que pensávamos que entendíamos sobre a relatividade e a velocidade da luz."
Ereditato, um físico que também trabalha no Instituto Einstein na Universidade de Berna, disse que o impacto potencial para a ciência "é muito enorme para fazer conclusões imediatas ou tentar interpretações físicas".
Também sem alegar uma descoberta científica verdadeira antes que outros pesquisadores pudessem confirmá-la, ele disse que o neutrino, cuja existência foi confirmada em 1934, "ainda está nos surpreendendo com mistérios".
Blogueiros na área da ciência disseram que a partícula pode estar entrando e saindo de dimensões, como previsto pela controversa teoria das supercordas de como o cosmos funciona.
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"Apenas quando a poeira baixar finalmente poderemos nos atrever a fazer qualquer conclusão firme", disse o professor Forshaw. "É de natureza da ciência que para cada descoberta nova e importante, haverá centenas de alarmes falsos.


(Com informações da Reuters e da EFE)
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quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Neutrino: a partícula que ousa desafiar a teoria da relatividade

PARIS, 22 Set 2011 (AFP) -"Totalmente inesperado", "surpreendente"... Os físicos pareciam não acreditar em seus instrumentos, quando constataram que neutrinos - partículas elementares da matéria - superaram a velocidade da luz, limite considerado até agora "insuperável" segundo a teoria da relatividade de Albert Einstein.

Segundo medições efetuadas por especialistas da experiência internacional Opera, os neutrinos percorreram os 730 km que separam as instalações do Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (Cern), em Genebra, do laboratório subterrâneo de Gran Sasso (centro da Itália) a uma velocidade de 300.006 km/segundo, portanto 6 km/s a mais do que a velocidade da luz.

"Dito de outro modo, em uma ''corrida de fundo'' de 730km, os neutrinos cruzaram a linha de chegada com 20 metros de vantagem" em relação à luz, se ela tivesse percorrido a mesma distância através da crosta terrestre, explicou o Centro Nacional de Pesquisa Científica francês (CNRS).

A descoberta não resultou de uma exploração única: os resultados publicados pelo Cern e pelo CNRS foram fruto de três anos de dados e da observação de mais de 15.000 neutrinos, com margem de erro recorde de apenas 10 bilionésimos de segundo.

"Não me ative a isso, absolutamente, passamos seis meses refazendo tudo do zero", explicou esta quinta-feira à imprensa Dario Autiero, pesquisador do Instituto de Física Nuclear de Lyon e encarregado da análise de medições do Opera.

Instrumentos de análise foram calibrados pelos grandes especialistas independentes, relevos topográficos foram verificados, assim como o túnel de partículas. Até mesmo o afastamento dos continentes e o terremoto devastador de L''Aquila foram levados em conta.

Os cientistas internacionais rastrearam a menor falha em sua experiência, mas não chegaram a resultados diferentes. Os neutrinos parecem mesmo ter viajado mais rápido que a luz, desafiando a teoria de relatividade de Einstein!

"Em vista do enorme impacto que este resultado pode ter para a Física, são necessárias medições independentes para que o efeito observado possa ser refutado ou formalmente estabelecido", destacou o CNRS.

"Por isso, os cientistas da cooperação Opera quiseram abrir este resultado a um exame mais amplo por parte da comunidade de físicos" e decidiram publicá-lo, acrescentou o centro de pesquisas francês.

Apelo à prudência. e esta medição for confirmada, suas implicações desafiam a própria compreensão.

Para Pierre Binetruy, diretor do Laboratório de Astropartículas e Cosmologia de Paris, isto poderia significar que "as partículas encontraram um atalho em outra dimensão" e, portanto, que existiria no universo mais que quatro dimensões (as três dimensões no espaço às quais se soma a do tempo).

"Pode significar também que a velocidade da luz não é a velocidade limite", afirmou, destacando que o recorde batido pelo neutrino não significa necessariamente "que Einstein se enganou".

"Einstein não provou que Newton não tinha razão, ele encontrou uma teoria mais geral" que se sobrepôs àquela de Newton, argumentou Stavros Katsanevas, diretor adjunto do Instituto de Física Nuclear francês.

A descoberta do Opera pode significar que a teoria de Einstein "é válida em certos domínios, mas que existe uma teoria ainda mais global; como as bonecas russas (...) ela abre novos campos", acrescentou Binetruy.

Embora tenham celebrado as novas perspectivas que se abrem, os físicos pedem muita "prudência", pois as medições não foram "verificadas com um sistema completamente diferente", insistiu Dario Autiero.

ban/jca/mvv/dm

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